quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mais uma poesia de "Zé Saldanha"

                            Sertão, gado e mulher


Piató é minha terra
E Bodó meu quarteirão,
Cêrro Corá meu domínio,
Currais Novos meu sertão
O Seridó me admira
Rio Grande é meu torrão
  
Caicó pra criar gado
Florânia, mulher bonita
Acari pra tradição
Currais Novos pra chelita.

Piauí pra criar gado
Pajeú pra valentão
Cariri pra rapadura
Seridó pra algodão.

Lampião com medo d’eu
Nunca foi ao Seridó
Soube de minhas façanhas
De cabra do Piató
Indo atacar escondido
As terras de Mossoró.

Lampião com medo d'eu
Nunca visitou Natal                      
Sabia de minha fama
Me tinha como rival
Foi atacar Mossoró
Bem longe da capital.

Lampião muito medroso
Limitou sua campanha
Foi pra região Oeste
Mas não fez grande façanha
Correu nos primeiros tiros
Com medo de Saldanha.
                                                                                                          
Lampião com medo d'eu
Nunca foi ao Seridó
em falar em meu nome
Tremia de fazer dó
Corria léguas com medo
D’eu lhe arrochar o gogó.

Lampião com medo d’eu
Nunca mais quis andar só
Andava com cabroeira
Cons cabras no mocotó
Ele atacou o Oeste
Nunca veio ao Seridó.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Manoel "Mororó", paraibano de Teixeira que adotou Cerro Corá

Manoel " Mororó" chegou por volta dos anos 40 em Cerro Corá, casou com Zulmira Ribeiro da Silva, filha de José Ribeiro e dona Jovelina Ribeiro da Silva, que vieram a ser meus avós maternos. "Mororó" era natural da serra do Teixeira, município próximo a Patos, no Sertão da Paraíba. 

De Cerro Corá, ele morou alguns anos em Assu, onde tinha um bar. De lá, migrou para Natal, onde morou e trabalhou como camelô, no Alecrim, durante meados dos anos 60 e começo da década de 70. 

Em 1974 voltou a residir em Cerro Corá. Em dezembro desse mesmo ano, perdeu sua mulher e um genro num acidente de automóvel em Sergipe, depois de visitavam a filha mais velha, Sonia Maria, em Maceió (AL).

Na "serra" mantinha uma  banca de confecções na feira livre, oficio que exerceu até falecer no começo dos anos 90.  Era pai de Alex, Everaldo, conhecido como "Branco", Geraldo, Sonia, Francisco Aderaldo, apelidado de "Tininha", João Maria, Maria das Graças e Tânia, esta que está ai na foto com ele, e que faleceu prematuramente no Mato Grosso, na região Centro-Oeste do país. O flagrante é da colação de grau de Tãnia Xavier em 22 de dezembro de 1984.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Agradecimentos aos nossos seguidores


Aos poucos vai crescendo a lista de seguidores, a quem agradecemos pela confiança e credibilidade, ao acompanhar as informações e noticias da atualidade, com o resgate da história, da memória e da tradição do município, de sua gente e das instituições cerrocoraenses:

Aildo da Silva Bernardo, blogueiro e membro de uma tradicional família cerrocoraense.
Aristéia Dantas, conterrânea e neta do longevo Benedito Evaristo.
Bosco Araújo, jornalista caicoense, servidor do Ministério da Saúde, em Brasília.
Carminha Iglesias, cerrocoraense por adoção e esposa de Francisco das Chagas Melo.
Célia Guimarães, filha dos saudosos Joaquim Guimarães e dona Maria Luzia.
Divino Silva, blogueiro em Bodó.
Dutra Assunção, blogueiro em Santana do Matos.
Eliedson William, advogado e cerrocoraense.
Evilásio Bezerra, enfermeiro, vereador, filho do saudoso Arnaldo Bezerra e dona Ávea.
Flaviano Matos, jovem cerrocoraense.
Francisco das C. Félix, “Titico”, músico, filho do saudoso “Chico Félix” e dona Guiomar.
Francisquinha Santos, cerrocoraense e acordeonista, esposa de Juarez.
Graça Santos, blogueira e radialista da Liberdade FM.
Geraldo Efigênia, professora, filha do saudoso repentista Zé Milanez, da Boa Vista.
Giácomo Canário, filho de Cloria e “Fio” Canário
Jeferson Vecho, professor e instrutor de informática
João Hêdulo Bezerra da Costa, o “João Ceará”, músico cerrocoraense.
João Maria Alves, fotojornalista e companheiro da “Tribuna do Norte”.
João Marcelo Pereira, empresário, filho de Wallace e Altiva Pereira de Araújo.
Jorge Guedes Lira, microempresário, filho do saudoso “Joca Paz”.
José Jonas Dantas, cerrocoraense, filho do saudoso “Antonio Alexandre”.
José Rui Soares de Brito, o “Dé”, cerrocoraense e vereador.
José Tarcísio de Lira, filho de Zé Lira e dona Raimunda, da família Galvão.
Josenildo Pinheiro, professor e poeta cerrocoraense.
Júnior Caçarola, produtor cultural, cordelista e neto de “Mané Foguista”.
Ivonise Dantas, parelhense, esposa de Aécio Querino, servidora da Emater.
Lucas Silva, leitor atento do blog.
Manoel Pinheiro Neto, agrônomo, filho do saudoso Antonio Pinheiro e Marlene Galvão.
Maria das Graças Medeiros Oliveira, vereadora e professora.
Maninho Oliveira, blogueiro e radialista da Liberdade FM.
Othon Militão Júnior, estatístico, servidor do Idema-RN.
Paulo Bezerra, comerciário e blogueiro em Currais Novos.
Paula Elyane, radialista da Liberdade FM.
Paulo Tarcísio Cavalcanti, jornalista e ex-companheiro de “Tribuna do Norte”.
Paulo Lira, amigo de infância e membro da tradicional família Lira e Galvão.
Raimundo Costa, sindicalista e servidor público federal.
Reneide Saldanha,  filha do saudoso poeta e cordelista “Zé Saldanha”.
Renildo Oliveira, servidor público, serventuário dos Correios em Ipueiras.
Ricardo Alexandre,de tradicional família Querino, radicado em Campia Grande (PB).
Rodivan de Oliveira Barros, servidor da TVU, filho de Nico e dona Rodes Barros.
Sueni Medeiros, cerrocoraense e acadêmica de Zootecnia na UFRN.
Tadeu Fernando,  cerrocoraense e professor.
Yara Okubo, jornalista paulista, potiguar por adoção.
Valdir Silveira, geólogo, amigo de infância e filho do amigo Sales Silveira.
Wagner Medeiros, conterrâneo que voltou às origens, membro de familia tradicional.
Wendy Palhares, jovem de família tradicional cerrocoraense.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O saudoso Gelon Julião

Ainda deve ser costume no interior, realizar-se velórios em casa: aqui, a última homenagem dos netos e um de seus filhos, João, o mais alto de cabeça baixa, ao saudoso Gelon Julião, mais carinhosamente chamado de "Tio Gelon" pelos sobrinhos e parentes afins. Por muitos anos, residiu na fazenda São Boa Ventura, em São Tomé, onde sempre recebeu os amigos e parentes de Cerro Corá em algumas tardes para se comer queijo quente tirado do "tacho".  Gelon Julião faleceu em Cerro Corá, onde passou a residir, numa casa vizinha à residência de uma das filhas, Margarida, hoje viúva de João Batista de Melo, pai do ex-prefeito Joãozinho.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Inauguração do açude Pinga

Inauguração do açude do Pinga, construído entre 1982 e 1983, e que hoje abastece de água a cidade de Cerro Corá. No discurso, o coronel Iaco, então comandante do 1º Batalhão de Engenharia e Construção, sediado em Caicó. 

Poeta "Zé Saldanha" chora a morte do repentista "Zé Milanez"

José Milanez – o poeta assassinado
pela mão negra do destino


A mão negra do destino
O monstro da luz opaca
Traçou um sinistro crime
O plano da gente fraca,
Sem permitir a defesa
Como infernal jararaca

Matou José Milanez
Nosso poeta benquisto;
Que foi homicidiado
Pelo destino imprevisto,
Que matou como mataram
Os santos apóstolos de Cristo

Monstro tirano sem riso
Desonesto e mascarado
Desumano e malfeitor
Cego, inculto e mesclado,
Invejoso e mal conduta
Maligno, insulto e malvado

Um portador da vileza
Da mentira e da maldade;
Da ambição, da inveja
Do ódio e da falsidade,
Fingido, sem coração
Sem alma e sem piedade

Um aborto desperdiçado
Dos símbolos da incerteza;
Excremento dos micróbios
Putrefato da impureza,
Amigo do opaquismo
Um vulto da natureza

Um verdadeiro prostíbulo
Escombro da negligência;
A vermífica bactéria
Da putrifa má essência,
Protozoário das chagas
Larápio da consciência

Imundo, cheio de faltas
Predisposto para o mal;
Subiste o teu alto cúmulo
Do teu íntimo pessoal,
Representaste os valores
Do teu intelectual

Mataste o nosso poeta
Sem permitir-lhe as defesas;
Tua alma, tinta de sangue
Tem sangue nas tuas presas,
Tuas mãos enodoadas
Mostrando as tuas vilezas

Mataste o nosso poeta
Famoso e especial;
O seu nome é conhecido
Pelo Brasil em geral,
Catorze anos à frente
Do sindicato rural

Amigo, calmo e risonho
Voz harmoniosa e mansa;
Muito alegre e maneiroso
Cheio de perseverança,
A quatro mil sócios rurais
Dava amor e confiança

Resolvia as questões deles
Perante a autoridade;
Levava aos hospitais
Havendo necessidade
Os trabalhadores tinham-lhe
A mais finíssima amizade

Quatro mil sindicalistas
Choram pelo presidente;
Tristonhos e cabisbaixos
Derramando um pranto quente,
Não sei o que é que reina
No peito daquela gente

A família do poeta
Se conserva comportada;
Família de bom estudo
Tornou-se resignada,
Suportando as tristezas
Mas sem blasfemarem nada

Ao poeta Macedo
No estado de Goiás;
Mando minhas condolências
De modos sentimentais,
Você aí sente muito
Aqui o pranto é demais...

As condolências poéticas
Que chegam do Paraná;
De Brasília e da Bahia
Do Maranhão, do Pará,
Pernambuco e Paraíba
Piauí e Ceará

As rádios clamam chorosas
O jornal transmite tristonho;
Uns dizem que é mentira
Parece até ser um sonho,
Deixou nosso Rio Grande
Num pesadelo medonho

O fantasma de calçola
Bruxo da iniquidade;
Que assassinou Milanez
Com tanta perversidade,
Teu crime tem que pesar
Na lei de penalidade

A justiça justifica
Todo crime que acontece;
Examina com cuidado
A pena que o crime oferece,
Na mão plena da justiça
Quem tiver crime padece

O poeta é um passarinho
Que por Deus é instruído;
Quem mata um poeta é
Um monstro despercebido,
Mata um poeta e deixa
Mais de um milhão ferido...

O nome de um criminoso
O mundo sempre aborrece;
O poeta mesmo morto
O seu nome ainda cresce,
É certo: o poeta morre
Mas o seu nome permanece


 P.S - O poeta "Zé Milanez", cerrocoraense, foi assassinado em meados dos anos 80, no século passado, na cidade de Currais Novos, onde presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cerro Corá na mídia II

Essa página saiu na edição de nº 35, da revista segmentada em turismo, cultura e economia - "Natal Pra Você - que circulou nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2007. Os editores são os jornalistas Antonio Roberto Rocha e Luís Antonio Felipe

Cerro Corá na mídia I

Essa pequena matéria saiu na "Tribuna do Norte" em 2007 ou 2008, salvo engano, às vésperas do então prefeito João Batista de Melo Filho, o "Joãozinho", concluir o quarto mandato como admnistrador de Cerro Corá.

A transação do imóvel, hoje dividido entre uma agência da Cooperativa de Crédido do Seridó (CoopSeridó) e o mercado público de carnes, na esquina da rua Sérvulo Pereira com a Travessa João Canário, no centro da cidade, acabou não se concretizando.

Em outra parte do antigo clube, funciona a Associação dos Servidores Públicos do Município de Cerro Corá (Arsec).

De novo mesmo para o lazer dos cerrocoraenses, só a construção de um terminal turístico no bairro Seridó, à margem esquerda da estrada que liga a BR-226 à cidade, já numa área limitrofe à comunidade de Várzea dos Félix.

A obra está sendo construída com recursos federais, a ser concluída na gestão do atual prefeito Raimundo Marcelino Borges, o "Novinho".

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Risco de dengue em Cerro Corá ainda é baixo, diz a Sesap

O Boletim Epidemiológico da Dengue divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública, aponta que o risco da doença em Cerro Corá é satisfatório e que a índice de infestação predial é baixo, fica na casa de 2,40 %. Segundo a Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária, o índice de infestação por 100 mil habitantes também é baixo - 53,46%. De acordo com os dados da Sesap, até agora, só houve seis casos da dengue, a febre transmitida pelo mosquito aedes aegepty, ocorridos em junho deste ano.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eugenio Pereira fala sobre homenagem a ex-professores

Neste fim de semana de 11 de dezembro de 2010 foi comemorado o aniversário de emancipação de Cerro Corá, nossa simpática cidadezinha que se equilibra numa das corcovas da serra de Sant’Ana. Na ocasião compareci a uma confraternização que me deixou emocionado: o encontro de ex-alunos e alunas com as suas ex professoras do antigo Grupo Escolar Querubina Silveira.

No mesmo fim de semana que as televisões abriam espaço privilegiado para a bárbara agressão de um aluno a uma professora e o assassinato de outro professor, esfaqueado por um discípulo descontente, não deixa de ser salutar que aquelas pessoas estivessem reunidas para lembrar e agradecer ex-professoras. E a homenagem não foi apenas para quem ensinou as primeiras letras e números, os antigos servidores também estavam lá, todos agraciados com plaquinhas e medalhas, numa homenagem simples, despojada de artificialismo, mas carregada de muita emoção.

O Grupo Escolar não existe mais, foi transformado em Escola. A própria cidade também se transformou, multiplicando seus habitantes e também seus problemas. Não saberia dizer se a geração atual de alunos da Escola Querubina Silveira vai homenagear seus mestres daqui a 40 anos. Gostaria imensamente que houvesse motivos para isso. Não essas homenagens burocráticas, mas feita como celebração de uma passagem, de uma (con)vivência. Sem essa memória, onde a gente se re-descobre e se re-inventa não existe passado, o presente é vazio e o futuro uma enorme interrogação. Perdem-se as amarras, as âncoras que nos fundeiam, as raízes que nos alimentam.

É essa história que se faz importante buscar. A história de cada um, de cada época, que quando juntas, numa espécie de caleidoscópio, dá a visão mais completa da nossa história. Cerro Corá precisa disso urgentemente. Pessoas que se disponham a por a mão na massa pra relembrar a memória daquelas pedras.

Ex-alunos do G.E Querubina Silveira homenageiam professores

Professoras e funcionários homenageados, inclusive aquelas in memorian, por iniciativa de alguns de seus alunos, pelo que tanto fizeram por muitos profissionais que estão hoje no mercado de trabalho. Uma iniciativa que começou a ser esboçada há uns cinco ou seis anos, por Marleide Galvão e Rosinha "Cãndido" Oliveira. Os  homenageados ou parentes daquelas que já se foram, receberam uma placa comemorativa de agradecimento por tudo o que fizeram pelos alunos do antigo Grupo Escolar Querubina Silveira, que depois foi transformado em escola estadual.  Marleide Galvão atuou no cerimonial, relembrando os velhos tempos do Grêmio Presidente Kennedy (GPK). A foto é de Eugenio Pereira Soares, que compareceu ao evento ao lado de sua irmã Maria Eleonora Pereira Soares, filha da saudosa diretora Maria Zilma Pereira. Outros ex-alunos presentes, como os irmãos Rodivan, Vanda e Neide Barros, entre outros...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

PIB de Cerro Corá cresce 58,62% entre os anos de 2003 e 2008

o levantamento sobre as contas regionais que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou recentemente, o Produto Interno Bruto (PIB) de Cerro Corá em 2008 foi de R$ 42,079 milhões, o que dava um PIB per capita de 3.754,73, que é o valor total da riqueza produzida no município, dividido pelo número estimado de habitantes na época.

Em 2003, os dados do IBGE mostravam que o PIB de Cerro Corá foi de R$ 25,954 milhões e o per capita ficou em R$ 2.367,00. Portanto, houve um crescimento do PIB per capita dos cerrocoraenses de 58,62%.

Dai, o fato de que Bodó, por ter uma população inferior a de Cerro Corá, aparecer nos dados do IBGE  com um PIB per capita de R$ 4.971,71, embora o PIB total tenha sido de apenas R$ 12,981 milhões no ano de 2008.

Outro município de influência na chã da Serra de Santana, a riqueza total gerada em Lagoa Nova em 2008 a R$ 46,472 milhões, e embora superior a Cerro Corá, o PIB per capita ficou abaixo - R$ 3.423,64 -, porque também tem uma população superior a Cerro Corá.

Em São Tomé, segundo o IBGE, o PIB em 2008 foi de R$ 38,883 milhões para um per capita de R$ 3.397.36.

Em outro município com quem os cerrocoraenses mantém afinidade - Santana do Matos -, o PIB daquele ano foi de R$ 54,468 milhões e o per capita chegou a R$ 3.707,82.
 .  

Reabertura do quiosque do Iromar

O flagrante foi em maio de 2010, na reinauguração do quiosque do Iromar, ao lado da praça Tomas Pereira de Araújo: a turma da antiga rua do matadouro e de da ponte - Ailton, Canindé Ferreira, carinhosamente chamado de "Shao lin"; Bastinho, o rei do "míudo de boi" no mercado público, além de Jãozinho Pintor, fillho do saudoso Zé dos Reis e ainda João Maria.

A tragédia do açude Eloy de Souza, na visão do cordelista "Zé Saldanha"

O trágico acidente de Cerro Corá
sete mortes no açude



Peço uma força potente
Ao nosso pai Jeová
Pra tratar do acidente
Que deu-se em Cerro Corá
Um trágico acontecimento
A dor, o pranto e o lamento
Que vi no povo de lá...

Domingo, cinco de maio
A primeira hora da tarde,
Se ouvia uma voz tristonha
Alarmante na cidade,
De alguém gritando: - Me ajude
Que um carro no açude.
Caiu em profundidade

Identificou-se logo
Que foi Manoel Mororó;
Este velho amigo
Conhecido no Seridó,
Todo o pessoal sentia
Em cada face se via
Um pranto de fazer dó...

Correu todo pessoal
Nesta hora amargurada;
Lá no mercado e na feira
De gente não ficou nada,
Nesta hora de agonia
Ficou a mercadoria
E toda a banca abandonada

A fim de salvarem alguém
Muitos homens mergulharam;
O motorista e mais quatro
Com vida ainda salvaram,
Cinco foram defendidos,
E sete, submergidos...
Na água se acabaram

Foi o trágico mais sangrento
Que vi ligeiramente;
Um festim de batizado
O pessoal tão contente
Naquela festividade
E a mão da fatalidade
Esperando tragicamente...

Manoel Mororó, amigo,
Antigo comerciante;
Nesta vida sofredora
Do ramo de ambulante...
Mas possuiu uma Rural
Que transporta o pessoal
Do movimento feirante

Esse pessoal contente
Da festa dos batizados,
Foram chamar Mororó
Para levar os convidados,
Parentes, amigos e vizinhos
Compadre, pai e padrinhos
Madrinhas e afilhados

O carro se destinava
Para o sítio Baraúna,
Com os recém batizados
Todos com muita fortuna,
Trazer a tranqüilidade
E na saída da cidade
Tornou-se a vez oportuna...

O açude cheio de buracos
Em cima do paredão,
O carro danificou
A barra de direção,
Jogou-se por sobre as águas
E dali nasceu as mágoas
Da triste lamentação...

Porém no momento trágico
O povo compareceu,
A polícia com rapidez
Ligeiramente atenderam,
Um grupo de mergulhadores
Destemidos e defensores
Cinco vidas defenderam...

Os vivos  com muita urgência
Levaram para o hospital;
Os mortos para o quartel
Por ordem policial,
Depois foram transportados
Mortuários organizados
No Sindicato Rural

Admirei Pedro Quitera
Que merece seus valores,
Moreno forte esguio
Um dos mais mergulhadores,
Gritou dizendo: Eu amarro!
Desceu, amarrou o carro
Sem ter mais competidores

O trator puxou o carro
Logo imediatamente,
Vieram duas criancinhas
Mortas até recentemente,
Porém faltou uma moça
Que na chocada com força
Jogou-se mais diferente

Eis os nomes dos que
Ouviram o chamado divino,
Morreu Severina Pinheiro
Sofia e Luiz Faustino,
E os dois recém nascidos
Morreram submergidos
Oh meus Deus, que desatino!

Também morreu tragicamente
Dona Josefa Pinheiro,
A jovem Maria de Fátima
Que ficou por derradeiro,
Submergida nas águas
Fez aumentar mais as mágoas
De cada um companheiro

Os familiares dos mortos
Se fizeram ali presentes,
Oh meu Jesus, que tristeza
Que hora insuficiente,
Ou que pranto dolorido
Todo povo, entristecido
Derramado pranto quente

Uns chamavam mamãe,
Outro chamava irmão,
Outro chamava papai,
Oh meu Deus, que aflição!
Que dor quente e dolorida!
Quem vê seu povo sem vida
Nas lousas frias do chão...

Choravam os familiares
Vendo seis mortos presentes,
E relembrando a mocinha
Que além de morta, ausente,
Pelas entranhas das águas
Aumentavam mais as mágoas
No coração desta gente

Choravam amigos, parentes
E qualquer criatura humana,
Sentindo a dor da tragédia
Ou morte fria e tirana,
Ou morte arrebatadora...
Por que és tão vingadora?
Tão traiçoeira e profana...

De todo lugar vizinho
Chegava gente à vontade,
Admirava-se o número
De gente pela cidade,
Tudo choroso e tristonho
Num pranto quente medonho
Olhando a fatalidade...

Pra todos os familiares
Foi um abalo profundo,
Igualmente funeral
Do dia do fim do mundo,
Dar lamentos e gemidos
Todo povo compungido
Tristonho e meditabundo...

Imitavam os navegantes
Quando se perdem do porto,
Uns desmaiavam chorando
Pelo pai que estava morto,
Outro por mamãe chorava
Ali também desmaiava,
Sem alento e sem conforto...

Mas foram bem atendidos
Pelo povo da cidade,
Prefeito e vereadores
Com forma de humanidade,
Com assistências especiais
À parte policiais,
Se esforçaram de verdade

Quase duas mil pessoas
Se acharam reunidas;
Olhando o drama funéreo
Todos bem entristecidos,
Muitos quase não resistem
Ver o quadro mais triste
Dos dias de suas vidas

No momento do enterro
Foi dolorosa a saída,
Do Sindicato Rural
Saíram seis mortos em seguida,
O choro, o pranto e a dor
Foi lamentável o clamor
Desta triste despedida

Um adeus ao seu pai,
Outro à sua mamãezinha!
Outro dizia chorando:
Morreu a minha irmãzinha!
Aquela reclamação
Doía no coração,
De todo o povo que ali tinha

Tinha gente neste povo
Que estava quase indecisa,
Se despedindo dos mortos
Com ar de choro e de riso,
Quase com sistema mudo
Se despedindo de tudo
Até o dia do Juízo

Vamos tratar um pouquinho
Da moça desaparecida,
Que com vinte e quatro horas
Por alguém foi percebida,
Das águas foi retirada
E foi logo sepultada
Por sua gente querida

Não há quem possa escrever
A dor, o pranto e o lamento;
O luto em Cerro Corá
Do tráfico acontecimento
Daria um grande volume
Apenas fiz resumo
Do que tinha conhecimento

Deus dê futuro aos vivos
Saudação a quem morreu
Triunfo às almas no céu
De quem aqui faleceu
Pois Jesus é o Jesus
E nós seremos felizes
Cumprindo o destino seu...

Escrevi este opúsculo
Traçados por minhas vezes,
Ninguém me autorizou
Peço desculpa aos fregueses,
A todos eu aconselho
Para desculpa o velho
J. Saldanha Menezes


 P.S - O acidente envolvendo Manoel "Mororó" Xavier, ocorreu nove dias antes da tragédia de Currais Novos, em que um ônibus desgovernado atropelou uma procissão, matando mais de 20 pessoas, em 1974 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A poesia de Geralda Efigênia, filha do poeta e violeiro "Zé Milanez"

Quem eu sou.. eu sou eu... eu sou...

Eu sou Geralda Efigênia
Formada em pedagogia,
Professora há muitos anos
Lidando com a poesia.
.
Nasci em Cerró Corá
De onde saí criança,
Com um ano de idade
Portanto não há lembranças
Foi Currais Novos leitores
O berço da minha infância..
.
Sou fruto de um poeta
Que sempre em versos escreveu
Rimando e metrificando
O pensar que Deus lhe deu
E encantando multidões
Em quanto em terra viveu..
.
Seu nome Zé Milanez
Poeta sindicalista
Eu não tenho o seu talento
Mas também sou progressista
E admiro o talento
Do poeta repentista.
.
Sou mãe de Arthur e Edinho
Duas pérolas de valor
Arthurzinho está no céu
Assim Deus determinou
E Edinho é minha força
Meu futuro, meu vigor..
.
Na rima, vivo buscando
Sempre me aperfeiçoar
Tudo que escrevo, tento
Rimar e metrificar
E colocar a paixão
Na hora de versejar.
.
Aqui convido os amigos
Para vir compartilhar
Comigo deste ambiente
Que faz-me emocionar,
O local onde os poetas
Aos sábados vêm se encontrar;
.
É uma sociedade
De estilos bem diferentes
Os poetas que a compõem
Tem o dom em suas mentes
De encantar os visitantes
Com poemas divergentes.
.
Neste espaço de cultura
Sinto-me realizar
Ouvindo o Zé Martins
Com seu verso popular
A sua casa de taipa
Com emoção declamar.
.
Mery Medeiros, um ícone
Tem histórias pra contar
Linda é sua trajetória
Faz a gente se alegrar
Com Emanoel, Arlete,
Jania, Grilo e Twovar.
.
E muitos outros poetas
Que merecem ser lembrados
Que encantam os visitantes
Com poemas recitados
A quem peço o perdão
Não terem sido citados.
.
É que a rima me falta
E o pensar me escondeu
O nome de alguns deles
A velha cuca esqueceu
O fôlego ja me faltando
A lembrança arrefeceu.
.
Com amor e lealdade
Eu peço a Cristo Jesus
Uma benção especial
Cheia de Paz e de Luz
Aos colegas meu obrigado
Por terem me escutado.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

7 de Setembro, palanque ao lado do antigo armazém de Walter Olimpio

Flagrante do 7 de Setembro de 1972, semelhante a outro foto já postada no blog. A diferença agora, é que Chico Canário aparece à direita, no alto, ao lado de Zé Julião, que está de paletó. Na outra foto tinha uma garota ao pé do palanque, enquanto nessa foto aparecem três garotos que não consegui decifrar, ainda, quem são. Foto - Jomar Juvito.

`Poesias de "Titico de Chico Félix"

Para os amigos e familiares, "Titico de Chico Féliz", mas radicado há mais de 30 anos em Londrina (PR), onde é executivo de vendas, o nosso conterrâneo Francisco das Chagas Félix adotou o nome artístico de "Chico Potiguar", com o qual se apresentar em shows e casas noturnas naquele município do Paraná, também conhecido como a " Capital do Café".

"Não passa"

O tempo tem passado,
as chuvas têm caído,
os ventos têm soprado,
os homens têm morrido,
as guerras têm matado,
os cegos não têm visto,
os crentes têm rezado
e têm buscado Cristo,
os bichos têm voado,
os bichos têm corrido,
as coisas têm estado
e têm acontecido,
as luas têm mudado
e o sol aparecido,
as flores têm brotado,
os rios têm descido,
os fogos têm queimado
e às vezes aquecido,
os novos têm lembrado
e os velhos esquecido...
...só essa dor não passa,
só essa dor não passa.

"Tocando a solidão"

Vou ser feliz, saber amar
Oh! solidão não faz meu coração chorar
O destino é um barco de velas ao mar
E os ventos caminhos pra vida seguir
A saudade parece oceano sem fim
Levando nas ondas lembranças de nós
Vou içar minhas velas, saber navegar
Pelos mares eu sou a corrente feliz
Aprender como ser um eterno aprendiz
Vou querer meu destino encontrar
Revelar minha estrela e com ela seguir
Vou tocando meu barco e a solidão
Descobrir e viver emoções que sentir
Com a felicidade dentro do coração.

"A orbita da vida"

Quando sinto a energia
Que vem de dentro do seu olhar, esqueço o universo
Infinita é a grande de teu ser
Eu quero ser o sol, ser o teu astro rei, eu quero
Que brilhe ao teu redor e gire ao meu redor
Não me deixa
Pois é maior que o sol, bem maior que o sol
O que sinto
Vou te aquecer em meus raios anos-luz
Se as nuvens me escondem
Saiba que amanhã eu volto:
Amor que vem maior que a erupção do sol
Invade o coração
Vai ser a minha lua, planetas e satélites,
A orbita de nossas vidas
Destruindo a escuridão
No céu do seu castelo
Vou acender milhões de estrelas
Para que o sol no arrebol apague a solidão.

"Corrente de amor"

O amor que trago comigo, tudo que sinto contigo
Falo com as flores, tem todas as cores
Que o arco-iris pintou
Sinto, minh'alma confessa
Viver não tem pressa, quem é feliz não cansou
O sentimento é um rio o que preenche o vazio
É a corrente de amor.
A correnteza começa onde a tristeza cessa
E desabrocha em flor
Meu coração esperava, seu cantinho guardava
Quando você chegou
Amor, vem e trás felicidade
Transforma a realidade
Quem não é feliz já sonhou
Nem só na flor da idade existe felicidade
Somente onde existe amor

A "Ilha do Sossego", no açude do Pinga, na descida para São Tomé

Como sargento reformado do Exército Brasileiro e depois de tantos anos no Batalhão de Engenharia e Construção, ali, o sargento Quinca Canário montou o seu QG, onde de vez em quando recebe os filhos, netos e os amigos cerrocoraenses. A tranquilidade do lugar também virou atração turística, coisa que deverá aumentar depois de inaugurada a pavimentação asfáltica, um trecho de 35 quilômetros ligando São Tomé a Cerro Corá e dai para a Serra de Santana, até Lagoa Nova e Tenente Laurentino Cruz. 
"Seu Quinca" ainda é um dos três irmãos Canários que ainda estão entre nós. Os amigos resolveram homenageá-lo no aniversário de 78 anos no dia 8 de novembro de 2010. Aqui, também a homenagem do blog, assim como aos irmãos que ainda estão vivos: Severino e Josefa Canário, que residem em Natal.  "Quinca" é pai de "Fio" e avô do nosso amigo Giácomo, que residem em Cerro Corá. Outros dois filhos moram em Natal.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Governadora eleita promete pista de atletismo para Cerro Corá

Medalhista em Fortaleza (CE) e agora em Lima, Peru, a atleta Danielle Duarte,
 ao lado do professor Edilson Oliveira, treina em pista de terra batida.


Medalhista de bronze no Sulamericano Estudantil de Lima, no Peru, a atleta cerrocoraense Danielle Duarte, 14 anos, coincidiu de ter desembarcado em Natal, no sábado, dia 4, do mesmo vôo em que vinha a futura governadora do Rio Grande do Norte, a médica Rosalba Ciarlini (DEM),  a qual cientificada de que no avião também estava a estudante da Escola Estadual Querubina Silveira, prometeu construir uma pista de atletismo em Cerro Corá.
Na chegada ao aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim, a governadora eleita cumprimentou Danielle Duarte, seus familiares e o professor Edilson Oliveira pela conquista da medalha de bronze no arremesso de peso. “Temos que unir forças: o prefeito, a governadora, nossos deputados, a desportista Magnolia Figueiredo entre outros, pois temos uma equipe muito forte, com uma atleta campeã brasileira e terceiro lugar na América do Sul, e amanhã poderemos ter outros campeões”, diz Oliveira, animado com a promessa da nova governadora do Estado.
“Estamos trabalhando  e só queremos que nossa sociedade e nossas autoridades nos dêem condições de continuar trabalhando em pró de nossas crianças e adolescentes”, afirmou Oliveira, que treina os seus atletas em pista de terra batida, de forma que vem surpreendendo quem conhece bem a dificuldade de se formar, principalmente na região Nordeste, atletas de competição no Brasil.
Para Oliveira, a medalha de bronze conquistada por Danielle Duarte “é como se fosse uma de ouro”, pelo estímulo que essa conquista pode representar para as crianças e adolescentes de Cerro Corá que hoje tentam um lugar ao sol no atletismo brasileiro.
Segundo ele, atualmente existem algumas promessas em Cerro Corá, que ainda poderão surpreender, a exemplo da medalhista sulamericana, em outras competições pelo  país afora, como Fabio Leonildo,  15 anos, que foi campeão em 2010 dos Jerns, Estadual Mirim e quinto colocado no Brasileiro disputado em Porto Alegre (RS). Na prova de 300 metros com barreira, o mesmo terminou o ano com o melhor tempo da prova no Brasil, com o tempo de 40 segundos.
Lívia Borges, 14 anos, é velocista, e este ano destacou-se nos Jerns e foi segundo lugar no Estadual Mirim, além de oitava colocada na prova de 250 metros rasos nas Olimpíadas Escolares de Fortaleza (CE). Ela foi eleita a considerada a melhor velocista do RN em 2010, tendo feito o melhor tempo dos 100 metros no Estado, concorrendo com atletas de até 17 anos, com 12.8 segundos.
Já o saltador Brendeo Diniz, 15 anos, foi campeão dos Jerns com a marca de 1.70 metros, evoluindo 35 centímetros em 2010.
Raiane França, 15 anos, é considerada por Edilson Oliveira “uma atleta voluntariosa”, porque gosta de atuar em diversas provas. Em 2010, nos Jerns, ela venceu a prova e foi segundo lugar no Estadual, mas tem como ponto forte o salto em altura, a corrida de distância e os 800 metros rasos.
Outras promessas do atletismo de Cerro Corá: Vitor Oliveira, 14 anos; Raiane Kelly 13 anos; os fundistas Jéferson Oliveira 15 anos, Hiago Souza,  17 anos; Albecir Luiz, 17 anos; Andrier, 16 anos, arremessador; Jones Marcio, 18 anos, velocista; Huilma Oliveira, 15 anos, arremessadora; Larisse Anunciada, 15 anos, velocista e saltadora, Larissa Batista, arremessadora; Francieldon Carlos, 14 anos, barrerista e por fim, Gustavo  Borges, 14 anos, lançador de dardo.


Gegê Félix continua fazendo sucesso nas frias noites de Curitiba (PR)


Música pop brasileira e autorais estão no repertório do show “O Charme” que a parceria de Rosana Barroso com Gegê Félix apresentará no dia 12 de dezembro no Sibila Café Atelier, a partir das 17h. E charme é o que os dois prometem esbanjar, cantando e dedilhando em verso e prosa todo o seu talento musical.
Tanto Rosana quanto Gegê possuem uma longa estrada artística percorrida com outros parceiros ou em apresentações solo, embora estejam, como dupla, ainda se conhecendo a cada ensaio, escolha de repertório e trabalho de palco. Ele já tocou com Jessé, Luiz Melodia, Arrigo Barnabé, Wilson Simonal, Hermeto Pascoal e Celso Blues Boy, entre outros. Ela, dobrou recentemente com a compositora e flautista carioca Ana Sônia Barros, há 16 anos em Curitiba, com muito brilhantismo no trabalho “Mulheres Cantam Mulheres”, no qual as duas homenageiam grandes talentos femininos da música brasileira.
SERVIÇO: O Sibila Café Atelier fica na rua Itupava, nº 1670. O telefone para contato é o (41) 3262-3873. Lugar super agradável e “O Charme” é imperdível . Se você não for, fique sabendo que o blog Lado B vai espalhar que você ou “é ruim da cabeça ou um grande Mané”!A música transforma. Permita-se e presenteie-se com toda a beleza e sonoridade de Rosana Barroso e Gegê Félix.