domingo, 31 de julho de 2011

Artigo de Teônio Vieira publicado no "Jornal de Hoje"

PARA NÃO ME ARREPENDER DEPOIS.

Teônio Vieira, empresário e colaborador

A política no nosso país vive um processo de descrédito generalizado diante da falta de lideranças comprometidas com os interesses do Estado; os donos dos partidos jogam pesado para chegar ao poder, o que interessa é a vitória a qualquer custo. A regra do jogo é simples: As fichas juntas por cada coligação valem o quanto pesa, independentemente das cores. As siglas servem apenas para identificar os partidos, as ideologias e tudo mais não são levadas em conta, o destino é a lata do lixo. Como conseqüência, o que predomina diariamente na imprensa são notícias que denotam a falta de ética e a gatunagem montada, país afora, sem controle, sem julgamento e sem punição, para servir aos interesses escusos de partidos e políticos que se merecem.
 Apoiados por entidades como UNE, sindicatos e movimentos como o MST, financiados com dinheiro público, o PT e PC do B lutam para implantar neste país um sistema de governo comunista do agrado dos analfabetos ignorantes, usados como caldo de cultura para o desenvolvimento de idéias ditas socialista, mas que, na verdade, não são tão socialistas assim. Somam-se a eles os considerados intelectuais, que não trabalham e os trabalhadores que pretendem “viver de brisa.”
 Os partidos ditos de esquerda têm como característica o radicalismo e assumem o papel de redentores, mas individualmente nenhum líder admite a sua responsabilidade de moralizar o seu partido e contribuir para retirar o país dessa situação infame. Desde que Lula chegou ao poder e até hoje, a cada aparição pública ele adota uma postura diferente, os pronunciamentos são feitos para agradar a cada platéia, mesmo que essa atitude implique em torná-lo um desavergonhado diante das mentiras que professa.
O governo do Presidente Lula assumiu um papel de destaque nos esquemas de corrupção e de condescendência com os incorrigíveis fora da lei. O mensalão se constituiu uma prova irrefutável disso. Considerado o maior esquema de desvio de dinheiro público para a compra de apoio parlamentar, ganhou ampla repercussão na impressa, mas sempre foi ignorado por ele. Isso ocorreu em maio de 2005 e só recentemente o Procurador Geral da República pediu formalmente a condenação de 36 pessoas, dentre elas o José Dirceu, homem de confiança do presidente, considerado o Chefe da Organização Criminosa. Contudo, ao que deixa parecer, o processo vencerá por decurso de prazo sem que ocorra o julgamento e a condenação pelo Supremo Tribunal Federal. Se isso ocorrer, não tenha dúvida, a justiça se compromete ainda mais perante a avaliação da sociedade. A imprensa livre não deveria permanecer deslembrada como está. É necessário ressuscitar esse tema para que tão deplorável acontecimento, não fique sepultado no esquecimento, servindo apenas como modelo para o aperfeiçoamento de novas ações delituosas.
Está mais claro do que nunca porque o partido do Lula, no passado, se recusou a apoiar projetos importantes e decisivos para a estabilidade administrativa, econômica e financeira do país. Negou-se a assinar a Constituição de 1988, negou-se a apoiar o Plano Real e votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ficou evidenciado que para o PT e seus adeptos, a situação quanto pior melhor. 
É óbvio que a Presidente Dilma aceitou do seu antecessor, por conveniências corriqueiras na política, uma herança maldita composta de indivíduos comprometidos por condutas desonestas e como conseqüência, já agora, no começo do seu governo vê-se obrigada a administrar uma crise política gerada em decorrência do aparelhamento criminoso que se instalou para arrecadar propinas no Ministério dos Transportes e dos órgãos ligados ao mesmo como Dnit e a Valec, envolvendo políticos atuantes nos partidos PR e PT, provocando a demissão do Ministro Alfredo do Nascimento (PR) e mais dezesseis participantes do esquema.  
As atitudes da Presidente Dilma demonstraram que ela pode não ser tão condescendente com os quadrilheiros, quanto foi o seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, pelas práticas correntes, o PR tomará o cuidado de não revelar nomes de suspeitos que possam comprometer o PT governo, aceitará sem retaliações as demissões levadas a efeito, continuará apoiando a administração da Presidente e controlando os trinta e sete bilhões de reais destinados a execução de obras do Ministério dos Transportes. Para o público fica a imagem da autoridade não tolerante com atos de corrupção.
Assim, tudo continuará como antes, eles se achando os donos da verdade, os promotores do progresso e sempre avaliando os outros como culpados, considerados burgueses, capitalistas, elitistas, enquanto tentam não se afogar num mar de cumplicidades e bajulações premiadas. Sempre que isso ocorre, no máximo o que acontece, é os acusados serem afastados dos cargos, o dinheiro roubado não é devolvido, hoje como antes, ninguém é condenado e preso. Viciados com a rapinagem, o seleto clube dos políticos marajás distribuídos nos órgãos da administração pública federal são capazes de inviabilizar o governo da Presidente Dilma Russeff ou torná-lo refém dos seus interesses escusos e inconfessáveis. O povo, pobre povo, continua espoliado pelos impostos escorchantes, acreditando em promessas e vivendo de esmolas. A minha decepção é tanta que eu já decidi, de agora em diante anularei o meu voto, para não me arrepender depois.

Natal, 23/07/2011.

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