domingo, 27 de janeiro de 2013

Problema da seca não é falta de dinheiro



Por Ionas Araújo*

Atualmente a insensibilidade do Governo Federal de não por fim a velha política da indústria da seca na Região do Nordeste é profundamente lamentável e inconcebível. O Governo Federal não tem tratado o problema da seca com a importância e a atenção devida, pois a mesma tem contribuído novamente para o êxodo rural, já que tem proporcionado inúmeros e insustentáveis prejuízos ao homem do campo, que vive da agricultura e da pecuária para sua subsistência e da família.

Na verdade, O Governo Federal insiste em combater (quando combate) o problema da seca, meramente com ações paliativas e emergências (que sempre demoram a chegar até o homem do campo), que não deixam de serem importantes e fundamentais no primeiro momento, mas infelizmente, logo a seguir o Governo fecha os olhos, a boca e tapa os ouvidos, ao não tomar as medidas estruturais imprescindíveis, para evitar que este fenômeno da natureza não deixe o nordestino largado a própria “sorte”, isto é, sem ter o que colher para comer e comercializar, ameaçado de ficar sem ter o que beber e ter que desesperadamente desfazer do seu gado ou outra criação (que por sua vez também fica sem ter o que comer e beber) e até às vezes da sua terra ou residência em busca do que viver na cidade urbana.

Creio que a seca não é um problema sem solução ou que não falta dinheiro para solucionar, como muitos mentecaptos querem fazer parecer. Temos que cobrar mais do Governo Federal, principalmente, os senadores e deputados federais do Nordeste, para que o mesmo dê mais atenção aos danos e as sequelas ocasionadas pelos efeitos da estiagem e sentidas na pele pelo nordestino.

Vejamos, a União tem dinheiro para tudo: Copa do Mundo, Olimpíadas, empréstimo ao FMI, trem bala, um pacote de investimento de R$ 7,3 bilhões para reformar os aeroportos regionais de 270 pequenas e médias cidades brasileiras etc. Então, pode-se concluir que se tem dinheiro para acabar com a seca no Nordeste. 

A solução para o homem do campo não ficar a mercê da previsão do tempo é o Governo não só ter a iniciativa, mas priorizar investimentos em obras estruturais e permanentes de irrigação, principalmente com a construção de novas adutoras para a região do Nordeste, vez que tais medidas consequentemente, fixarão por si só o homem a terra, evitarão o êxodo rural e protegerão definitivamente o nordestino dos transtornos ocasionados pela seca. 

*Ionas Araújo, advogado, ex-prefeito de Serra de São Bento e ex-deputado estadual do Rio Grande do Norte.

Um comentário:

Fictopjm disse...

Bom argumento descrito pelo autor da postagem. Parabéns ao Blog Cerro Corá News