quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um caso de Aids em 10 anos

Nos últimos dez anos só ocorreu um caso de Aids em Cerro Corá, é o que revela o boletim 2011 da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap-RN). O paciente adulto foi acometido da doença em 2006. O relatório também diz que em Bodó houve um caso, em 2003, enquanto em Lagoa Nova não foi registrado casos da doença entre 2010 e 2011.

Na 4ª Unidade Regional de Saúde (Ursap), sediada em Caicó, que abrange 25 municípios, ocorreram 99 casos de Aids, sendo que o maior número de casos (15), ocorreu em 2005. O município com maior número de pacientes, foi Caicó, com 25, seguido de Currais Novos, com 15.



População estimada de Cerro Corá é de 10.922 habitantes, diz IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a estimativa populacional dos municípios do Brasil em 2011. Pelas contas da instituição, Cerro Corá contaria, hoje, com uma população de 10.922 habitantes. A vizinha Bodó tem 2.398 moradores, enquanto Lagoa Nova conta com 14.141 habitantes, São Tomé, 10.829 hab e Santana do Matos 13.642 hab.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

TCE promove cursos na área de obras e engenharia para gestores municipais

A Escola de Contas do Tribunal de Contas do Estado (TCE) está realizando o primeiro curso para secretários e gestores municipais Obras e Serviços de Engenharia. O evento começa nesta quarta-feira, 31 de agosto, e vai até sexta-feira, dia 2 de setembro, no Centro de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure), situado na avenida Coronel Estevam, ao lado do Terminal Rodoviário da Cidade da Esperança, em Natal.

O curso visa orientar as Prefeituras Municipais quanto à aplicação dos recursos públicos na realização de obras e serviços de engenharia, tendo em vista prevenir falhas e irregularidades que possam comprometer à administração, na execução de despesas dessa natureza. O diretor de Inspetoria de Controle Externo do TCE, Jailson Tavares, que que a Corte pretende com o encontro pedagógico evitar possíveis punições ao gestor, como a não emissão da certidão de adimplência: “O Encontro servirá ainda para a formação de uma banco de dados para o TCE de todas as obras que estão em andamento, ou foram paralisadas”. 

As inscrições ainda podem ser feitas pela Internet no site: www.tce.rn.gov.br, no ícone da Escola de Contas.

Câmara tenta obter, na Justiça, lista da rota do transporte escolar do Município

Por intermédio de seu presidente, vereador Antonio Ronaldo Vilar (PSDB), a Câmara Municipal de Cerro Corá ajuizou mandado de segurança, com pedido de liminar, na Comarca de Currais Novos, no sentido de obter da prefeitura a lista com a rotas do transporte escolar no município. Em 28 de junho deste ano o juiz Marcus Vinícius Pereira Júnior indeferiu a concessão de liminar, por entender, que não havia "probabilidade de ser causado dano irreparável ou de difícil reparação ao autor, caso se aguarde a conclusão do processo".

Em razão disso, o juiz Marcus Vinícius Pereira Júnior abriu vistas do processo para o Ministério Público para oferecimento de parecer a respeito da ação judicial e, posteriormente, proceder o julgamento do mérito. Os autos encontram-se nas mãos da Promotoria desde 16 de agosto.

domingo, 28 de agosto de 2011

Convenção do PSB será dia 17 de setembro

O vereador Rubens Pereira de Araújo, filho, o "Binha", informa em seu blog que a convenção do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Cerro Corá, vai ocorrer no sábado, dia 17 de setembro, na Câmara Municipal. A convenção será realizada no horário das 8 às 12 horas. O próprio vereador já havia antecipado, que ele assumirá a presidência do diretório municipal em lugar do irmão, Tomaz Pereira de Araújo Neto, que decidiu "pendurar as chuteiras" da política partidária.

Além da eleição do novo diretório municipal do PSB, na ocasião também serão escolhidos os membros do Conselho de Ética e Fidelidade Partidária, do Conselho Fiscal, titulares e suplentes, além da escolha dos delegados do partido para a convenção estadual do PSB. Por fim, haverá, ainda, a escolha dos membros da Executiva Municipal, dentre os eleitos para o diretório.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Perdemos "Pastel", alecrinense "roxo"

"Pastel", amigo dos tempos de ETFRN,
perda sentida por todos os seus amigos

O blog se associa ao luto dos familiares e amigos e, principalmente, dos que estudaram com José Arivan Azevedo, o "Pastel", na Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte (ETFRN), entre os anos de 1975 e 1977, onde conheci e convive com o amigo, que morreu às 8 horas desta sexta-feira, no Hospital Promater, vítima de uma hemorragia digestiva. 

"João Ceará" comemora aniversário no bar "Batata Brasil", em Natal

Hoje à noite o multifacetado músico cerrocoraense João Hêdulo Bezerra da Costa, cujo nome artístico é "João Ceará", comemora aniversário no "Batata Bar", uma nova casa de shows situada na avenida Alexandrino de Alencar, 859, em Barro Vermelho, em Natal. Diversos músicos e cantores da noite natalense estarão prestigiando o aniversário do amigo, que , de quebra, vão comer uma torna feita por dona Lilia, que vem a ser Maria do Carmo Costa, viúva do saudoso Lourival Bezerra da Costa. 

"João Ceará" estendeu o convite a todos os amigos e conterrâneos a partir das 20 horas de hoje, "para comemorar a graça de mais um ano de vida" a ele concedido "pela vontade do nosso Deus". 

Como sexta-feira à noite, como se diz no jargão jornalístico "é pescoção", farei o possível para dar uma passada e abraçar o amigo e conterrâneo de longas datas...

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Frei cerrocoraense, Antonio Fabiano, lamenta partida de "Zé Saldanha"

Com imenso pesar recebi a notícia da morte do poeta José Saldanha, considerado o maior cordelista do Rio Grande do Norte, verdadeiro ícone da poesia popular em minha terra e venerado por mais de uma geração de admiradores e por pessoas de todo o Brasil e exterior. Zé Saldanha, como era mais conhecido, nasceu em 23 de fevereiro de 1918, na fazenda Piató, em Santana do Matos. Partiu para a pátria eterna dos poetas grandes como ele, na terça-feira passada, dia 09 de agosto de 2011. Teve extraordinária atividade artística e mesmo com a idade avançada não parou de escrever. Impressiona o fôlego deste homem e a fecundidade de seu trabalho, uma produção que sem exagero ou débito de favor poria, tal como ele chegou a dizer, em cada fio de cabelo um cordel pendurado! 
O poeta morou em minha cidade. Pelo que sei, foi num tempo em que eu não era nascido. Escreveu versos que enaltecem encantos e contam causos de Cerro Corá. Com algum constrangimento confesso que só quando eu não estava mais lá, é que vim a ter contato com sua obra. Esta é uma das razões pela qual seu nome não figurou no esboço de antologia dos poetas cerrocoraenses (não necessariamente nascidos lá) que organizei há quase dez anos, por ocasião da publicação de minha Sinopse da História de Cerro Corá. Esta lacuna, que poderia parecer injustiça ao poeta maior, deveu-se exclusivamente à minha ignorância e ao curto tempo que tive para levar a cabo um trabalho de maiores proporções cuja orientação prioritária não era, evidentemente, a poesia. Naquela época o horizonte intelectual que me foi legado pela universidade era, sob muitos aspectos, enrijecido pelas tradições dos cursos de Letras. Eu desconhecia muito da poesia popular, estudei na universidade todos os clássicos e, até quando me aprofundei na criação artística regional ou propriamente potiguar, estive totalmente ocupado com a ala predisposta pelos cânones acadêmicos de então, o que era normal. O fenômeno da literatura de cordel só de chispo foi tocado, em linhas muito gerais. Hoje sei que há estudos sérios sobre José Saldanha. Se naquele tempo havia, estavam fora de meu alcance. Claro que depois me deparei com o tesouro da escrita dele. Cheguei a pensar em fazer-lhe uma entrevista em versos, nos moldes da métrica e rimas próprias. Admirei-lhe de longe, eu tantos anos distante da terra natal. Respeitosa veneração! Não sei se nossos caminhos displicentemente alguma vez se cruzaram no chão potiguar. Provavelmente não, pois como eu não notaria o gigante que passasse pela minha pobre estrada? A vida é mesmo engraçada! E de tão contraditória até nos entristece em horas como esta, de perda e análise de perdas. Porém tenho certeza que lá do céu o poeta não lamenta nada! Ele ri da gente – está feliz e sabe que a sua poesia continua viva, vivíssima! O poeta agora faz rimas com Deus e de lá nos consola... Feliz


http://antoniofabiano.blogspot.com/2011/08/adeus-ao-poeta-jose-saldanha-maior.html

"Mifita", cria do GPK, integrou seleção de Currais Novos em 1985

A foto, fomos buscar no blog do curraisnovense Paulo Bezerra. Mas, o cerrocoraense "Mifita", o primeiro agachado à esquerda, foi um dos maiores camisas 10 que já passaram pelo Grêmio Presidente Kennedy de Cerro Corá, filho do saudoso João Laurentino, salvo engano, e irmão de "Faísca", que hoje mora em São Paulo. Hoje, "Mifita" reside na Mina Brejuí, em Currais Novos, onde se aposentou como minerador.

Filha do poeta e violeiro "Zé Milanez" lembra os 25 anos de sua partida


José Milanez:
25 anos de silêncio e saudade


Geni Milanez

Hoje amanheci triste
Meu espírito indisposto
Cheguei à repartição
Era um clima de sol posto
Uma grande dor senti
Ao marcar o “ponto” vi
Vinte e cinco de agosto.

Então eu compreendi
A razão do meu pesar
Respirei fundo e ali
Comecei a trabalhar
Mas um calor dentro em mim
Angustiando-me, sim!
Começou a aflorar.

Como nas cenas de um filme
Pus-me então a relembrar
Aquele terrível dia
Em que tive de amargar
Um ato desnaturado
Meu pai ser assassinado
Pelas mãos de um “caparrar”.

Faz vinte e cinco anos
Mas dele eu não esqueço
Seu exemplo me anima
Por isso tem alto preço
E ainda que me pisem
Orgulho-me quando dizem
Que com ele me pareço.

Currais Novos, Currais Novos
O teu solo ainda geme
O sangue de Milanez
Na profundeza inda freme
Pra isso não tem limite
Sei que ninguém admite
Mas a tua seiva treme.

Justiça Divina invoco
Com toda força do ser
Do meu pai eu sinto falta
E não quero nem saber
Do patife néscio e pífio
Intolerante estrupício
Que o empatou de viver.

A cultura sertaneja
Sente falta, está silente
A poesia também!
Ficou órfã. Anda doente...
Vítima deste canastrão,
Sem Milanez o sertão
Ficou feio e diferente.

Sua viola querida
Continua bem guardada
Desde que ele se foi
Por ninguém mais foi tocada
Sentindo a barbaridade
Com tristeza, com saudade,
Vive assim, desafinada!

Os seus filhos e seus netos
Inda sentem a mesma dor
Daquele fatídico dia
Que foi de mágoa e horror
Que sofrimento atroz!
Porque calaram a voz
E a lira do cantador.

O cantador do sertão
Que alegrava sua gente
Com as suas poesias
Sua música, seu repente
Com seu estro sem labéu
Hoje canta lá no céu
Mas pra nós está presente.

Foi mais um sindicalista
Que pelo povo falava
Reivindicando direitos
Pela classe ele lutava
Com desvelo sem igual
Ao trabalhador rural
Sua vida dedicava.

Mas com isso muita gente
Sentia-se incomodada
Num país capitalista
Defender pobre é piada
E nisso todos apostam
Pois patrões disto não gostam
Acham que é palhaçada.

Por isso era mal visto
Pelos “barões” do lugar
Que queriam a todo custo
À liderança afastar
E como não conseguiram
No ódio assim persistiram
E fizeram-no então calar.

Só fazia o bem a todos
À frente do Sindicato
Sofreu constante ameaça
E tolerou desacato
Mas nunca perdeu a calma
Ao “entregar” sua alma
Não deixou de ser pacato.

Num comum desiderato
Unia os trabalhadores
Alguns se enfureciam
E tornavam-se agressores
Num destempero infindo
Caluniavam e mentindo
Causavam-lhe muitas dores.

Viviam todos de “olho”
Nas ações do sindicato
Temiam não sei o que
Ou era ódio de fato
Queriam privar o pobre
Não de ouro nem de cobre
Mas do Conhecer exato.

O seu programa de rádio
Era bastante ouvido
Conscientizando a todos
Do que era garantido
No Estatuto da Terra
Sua bandeira de guerra
Por isso era perseguido.

O medo era muito grande
Milanez não se calava
Na defesa dos seus pares
No Sindicato lutava
Com denodo e ações
E contrariando os patrões
Que a eles explorava.

Nunca entendi o porquê
De tanta perseguição
Depois que o assassinaram
Acabou-se a dissensão
O Sindicato ‘inda existe
Creio que nunca desiste
Mas ninguém presta atenção.

Desde então o Sindicato
Encontra-se bem mudado
Descaracterizou-se
Anda desvalorizado
E a ninguém mais assombra
Dizem que nem é a sombra
Do que já foi no passado.

Milanez antes da hora
Teve que embarcar no “porto”
Foram só catorze anos
Enfim livrou-se do Horto
Motivo do triste fato
O temido Sindicato
Dizem que parece morto.

Hoje, o tímido Sindicato
Por ninguém mais é lembrado
Parece que nem existe
Foi por “eles” olvidado
Parecendo um quiasma
Dizem que agora é fantasma
Do que era no passado.

A sanha do assassino
Hoje deve estar contida
Pois a voz de Milanez
Por ninguém mais foi ouvida
Com tamanha intrepidez
Defendia o camponês
A razão da sua vida.

Esse inimigo gratuito
Deve estar satisfeito
Pois quando ouvia a voz dele
Enchia-se de despeito
Em verborréia falaz
Tinha uma inveja voraz
E planejava dar jeito.

E deu! De modo cruel
Com o seu ato covarde
Quatro tiros ‘inda ecoam
Ainda fazem alarde
No peito de todos nós
Numa retumbância atroz
Com veemência ‘inda arde.

Mas, Deus o Grande Juiz,
Tomará a providência
Cabível para este insano
Não usará de clemência
Pois é o Deus da Justiça
De verdade, essa premissa
Não muda na sua essência.

Assim nós acreditamos
Vamos esperar pra ver
Justiça divina – sim!
Terá de acontecer
Isso faz parte da lavra
Não matar, diz a Palavra
Na qual a prendi a crer.

Tinha que morrer um dia
Este é o nosso destino
Porém não daquele jeito
Pelas mãos de um cretino
Que para matar foi lesto
É por isso que detesto
Esse pérfido assassino.

Temos que nos conformar
Visto que somos mortais
Com tudo o que aconteceu
Nós já sofremos demais
Mesmo sendo inconformada
Adianta fazer nada?
Milanez não volta mais.

Não volta, mas seu exemplo
Pra mim continua vivo
Perpetuar sua história
Estou dando o incentivo
Sem canseira, sem dilemas
Seus discursos e poemas
Guardo-os num belo arquivo.

Sensível, minha saudade
O tempo nunca soterra
Mas os conhecidos dizem,
Certeza de quem não erra,
Com um jeito meio altivo:
“Tu és o retrato vivo
Que teu pai deixou na terra”.

Com isso fico feliz
Sinto-me até orgulhosa
E estou falando sério
Pois eu não gosto de prosa
Não são palavras a esmo
Para mim isso é o mesmo
Que uma menção honrosa.

Por estar lendo meus versos
Eu agradeço a vocês
Desculpem minha franqueza
Por dizer com altivez
Ele tem as mãos manchadas
De certo modo encharcadas
Do sangue de Milanez.

Um dia vai responder
Pela terra que encharcou
Com as suas mãos ferinas
E o sangue que derramou
Sem ter quem segure as pontas
Ele vai ter que dar contas
Pela vida que tirou.

Só Deus tem esse direito
Pois da vida é o Senhor
Quem tira a vida do outro
Não passa de usurpador
Dado o Direito Divino
Perfeito e genuíno
Do sangue é devedor.

Eis aí caro leitor
Toda essa conseqüência
Que um ato insano geral
Que dura experiência
Tive que passar na vida
Nunca será esquecida
Toda essa vil procedência.

Mas dei a volta por cima
E não vou deixar morrer
A história do meu pai
Já estou a escrever
E o assassino que se dane
Não tenha de sofrer pane
Para não se esquecer.

A sentença desejada
Ninguém pode embargar
É fiel e verdadeira
Isso não podem negar
Se é esta minha sina
Pela Justiça Divina
Faço questão de esperar.

Essa é precisa e não falha
Chegará no tempo certo
Dói em quem tem de doer
E isso é muito correto
É o que pensamos nós
Creio que não sou a voz
Da que clama no deserto.

A justiça humana é falha
A de Deus é verdadeira
Chega na hora exata
E por isso é de primeira
A justiça humana erra
E em cima desta terra
Muitas vezes faz besteira.

Dado o meu sentimento
Com ênfase eu repito
Este meu jargão de fé
É nele que acredito
Pedindo Justiça a Deus
Juntamente com os meus
Daqui eu mando meu grito.

Grito com fé no Divino
Ele vai fazer Justiça
Neste gesto genuíno
Insisto, invisto na liça.

Manejo o fogo do ódio
Investindo no perdão
Lamento. Pois não consigo
A dor vem do coração
Não é fácil esquecer
Eu não posso pretender
Zerar essa condição.